Capcom fecha ano fiscal com vendas digitais dominantes
A Capcom revelou números impressionantes em seu relatório financeiro mais recente, cobrindo o período de abril de 2024 a março de 2025. A empresa japonesa, conhecida por franquias como Monster Hunter e Resident Evil, registrou um recorde histórico em receitas, com um dado que chama atenção: mais de 90% de suas vendas foram no formato digital.
O crescimento do mercado digital
Dos 51,8 milhões de unidades vendidas no período, impressionantes 46,7 milhões (90,1%) foram downloads digitais, enquanto apenas 5,1 milhões (9,9%) corresponderam a vendas físicas. Essa tendência se mantém mesmo com o lançamento de grandes títulos como Monster Hunter Wilds.
Mas o que mais surpreende é a divisão por plataforma:
PC Digital: 28.2 milhões (54.4%) - aumento de 30.6%
Consoles Digital: 18.5 milhões (35.7%) - queda de 6.2%
Físico: 5.1 milhões (9.9%) - crescimento de 13.3%
PC como plataforma dominante
O mercado de PC se mostrou particularmente forte para a Capcom. Nos últimos quatro anos, as vendas na plataforma mais que triplicaram - saltando de 8 milhões em 2021 para os atuais 28,2 milhões. Esse crescimento reflete uma mudança maior no comportamento dos jogadores japoneses e globais, que estão cada vez mais adotando o PC como sua principal plataforma de jogos.
E a Capcom já projeta um futuro ainda mais digital: para 2026, a empresa estima vender 54 milhões de unidades, com 93,3% em formato digital e apenas 6,7% em mídia física. Uma mudança radical se considerarmos que, há uma década, os jogos físicos ainda dominavam o mercado.
Impacto nas estratégias de lançamento
A dominância do formato digital está levando a Capcom a repensar suas estratégias de lançamento. Tradicionalmente, os grandes títulos da empresa chegavam primeiro aos consoles, com versões para PC sendo lançadas meses depois. Agora, com o PC respondendo por mais da metade das vendas, essa abordagem está sendo questionada internamente.
Fontes próximas à empresa revelam que Monster Hunter Wilds pode marcar uma virada nesse aspecto, com possibilidade de lançamento simultâneo em todas as plataformas. "Quando você tem 54% das suas vendas vindo de uma única plataforma, não faz sentido estratégico atrasar o lançamento nela", comentou um analista do setor sob condição de anonimato.
O paradoxo do crescimento físico
Enquanto as vendas digitais dominam, houve um crescimento curioso de 13,3% nas vendas físicas. Esse movimento parece contraditório, mas especialistas apontam dois fatores principais:
Colecionadores: Edições especiais físicas de franquias como Resident Evil e Street Fighter continuam tendo demanda entre fãs hardcore
Mercados emergentes: Regiões com infraestrutura digital menos desenvolvida ainda dependem de mídia física
"A Capcom está numa posição única", observa a analista de mercado Jessica Nakamura. "Eles conseguem capitalizar tanto na conveniência digital quanto no apelo nostálgico e tangível das mídias físicas, especialmente com seus títulos clássicos sendo relançados em coleções físicas limitadas."
O modelo de negócios em transformação
Com a receita digital atingindo níveis recordes, a Capcom está investindo pesado em:
Conteúdo adicional: Expansões e DLCs representam agora 28% da receita digital
Assinaturas: Serviços como o Capcom ID estão ganhando novos recursos exclusivos
Remakes e remasters: Relançamentos digitais de clássicos têm custo baixo e retorno alto
Dados internos mostram que jogadores que compram versões digitais têm 40% mais probabilidade de adquirir conteúdo adicional comparado com quem compra mídia física. Essa dinâmica está moldando o pipeline de desenvolvimento da empresa, com mais recursos sendo alocados para pós-lançamento.
Com informações do: Game Vicio