Apple bloqueia Fortnite no iOS globalmente

Fortnite bloqueado no iPhone

A Apple tomou uma decisão que afeta milhões de jogadores: bloqueou o retorno do popular jogo Fortnite aos dispositivos iOS nos Estados Unidos e na União Europeia. Essa medida efetivamente impede o acesso global ao jogo em iPhones e iPads, já que a Epic Games, desenvolvedora do Fortnite, teve suas solicitações rejeitadas tanto para a App Store nos EUA quanto para a Epic Games Store na UE.

O que está por trás da disputa?

Este não é o primeiro capítulo na longa batalha judicial entre Apple e Epic Games. O conflito começou em 2020, quando a Epic tentou contornar o sistema de pagamentos da App Store, levando à remoção imediata do Fortnite. Desde então, as empresas estão envolvidas em disputas legais sobre as políticas da App Store e as taxas de 30% cobradas pela Apple.

Com a nova rejeição, os jogadores iOS continuarão sem acesso às atualizações mais recentes do Fortnite. A Epic afirma que a Apple está "violando a lei DMA" na Europa, referindo-se ao novo Ato de Mercados Digitais da UE que visa promover concorrência justa.

  • Fortnite foi removido inicialmente em agosto de 2020

  • Apple mantém sua política de taxação de 30% para compras dentro do app

  • Epic Games acusa Apple de práticas anticompetitivas

Para quem quiser acompanhar os detalhes do caso, a reportagem original traz mais informações sobre as alegações de ambas as partes.

Impacto nos jogadores e no mercado

A decisão da Apple tem repercussões diretas para os mais de 116 milhões de jogadores de Fortnite em dispositivos móveis. Dados da Sensor Tower mostram que, antes da remoção em 2020, o jogo gerou aproximadamente US$ 1.2 bilhão em receitas apenas na App Store. Com o bloqueio contínuo, a Epic perde acesso a uma parcela significativa de sua base de usuários móveis, enquanto os jogadores iOS ficam impossibilitados de participar de eventos exclusivos e atualizações sazonais.

Especialistas apontam que este caso pode definir precedentes importantes para o ecossistema de aplicativos. "Estamos vendo uma batalha que vai além do Fortnite", analisa o professor de Direito Digital Carlos Mendes. "O resultado pode influenciar como todas as desenvolvedoras negociam com as lojas de aplicativos no futuro."

Alternativas para jogadores iOS

Enquanto a disputa judicial segue seu curso, os fãs de Fortnite em dispositivos Apple têm opções limitadas:

  • GeForce NOW: Serviço de streaming da Nvidia que permite jogar Fortnite via navegador Safari

  • Xbox Cloud Gaming: Acesso através do navegador em dispositivos iOS

  • Dispositivos alternativos: Migrar para Android, consoles ou PC para experiência nativa

Vale ressaltar que essas alternativas têm limitações. O streaming via GeForce NOW, por exemplo, requer assinatura e conexão estável de internet. Já o acesso pelo Xbox Cloud Gaming não permite progresso cruzado com contas de outras plataformas.

A Epic Games continua investindo em soluções alternativas. Recentemente, a empresa anunciou parceria com a NVIDIA para otimizar a experiência de Fortnite no GeForce NOW, reduzindo latência e melhorando qualidade gráfica. Detalhes técnicos estão disponíveis no site oficial da NVIDIA.

O cenário regulatório em mudança

A rejeição da Apple ocorre em um momento de transformação no mercado digital europeu. O Ato de Mercados Digitais (DMA), que entrou em vigor em 2023, classifica a Apple como "guardião de acesso" e exige que a empresa permita sideloading (instalação de apps fora da App Store) e pagamentos alternativos.

"A Apple está claramente testando os limites do que pode fazer sob o novo regulamento", comenta a analista de tecnologia Sofia Almeida. "Seu posicionamento sugere que interpreta o DMA de forma mais restrita do que a Comissão Europeia."

Enquanto isso, nos EUA, o caso Epic vs Apple continua nos tribunais. A decisão do Nono Circuito de Apelações em 2023 determinou que a Apple não tem monopólio, mas ordenou que permitisse links para sistemas de pagamento externos - uma vitória parcial para a Epic que ainda está sendo implementada.

Com informações do: Eurogamer.pt