Bungie e a polêmica da assinatura em Destiny 2
Um novo vídeo do jornalista Destin Legarie revelou que executivos da Bungie chegaram a propor um modelo de assinatura para Destiny 2, ideia que foi duramente rejeitada pelas equipes de produção. A informação surge em um momento turbulento para o estúdio, que enfrenta críticas da comunidade após decisões recentes.
Contexto da franquia e reações
Destiny 2, lançado em 2017 pela Bungie (criadora da lendária série Halo), já utiliza um modelo híbrido:
Expansões pagas anuais (ex: The Final Shape)
Passe de batalha sazonal
Loja de microtransações com itens cosméticos
A possível introdução de uma assinatura gerou preocupação entre jogadores, que temem "monetização excessiva". A comunidade no Reddit já discute alternativas para sustentar o jogo sem alienar o público.
O futuro do live service da Bungie
O estúdio, agora parte da Sony, enfrenta desafios para equilibrar:
Expectativas dos jogadores após 10 anos de franquia
Pressão por inovação no gênero FPS live service
Concorrência com títulos como Warframe e The Division 2
Analistas apontam que a rejeição interna ao modelo de assinatura reflete tensões criativas entre liderança e desenvolvedores. O vazamento coincide com rumores sobre um novo IP da Bungie em desenvolvimento.
Impacto nos jogadores e cenário competitivo
Se implementado, um modelo de assinatura poderia alterar radicalmente a economia de Destiny 2. Dados de jogos similares sugerem três possíveis cenários:
Benefícios exclusivos: Acesso antecipado a armas exóticas ou modos de jogo, como visto no controverso sistema de Call of Duty: Modern Warfare II
Conteúdo trancado: Missões sazonais ou dungeons restritas a assinantes, seguindo o modelo do World of Warcraft
Vantagens competitivas: Bônus de XP ou recursos que afetariam o equilíbrio em atividades PvP, risco já criticado na comunidade Destiny
Um relatório da Newzoo mostra que 62% dos jogadores de live service abandonam títulos quando percebem "paywalls agressivos". Esse dado preocupa especialmente para Destiny 2, onde atividades endgame dependem de população ativa.
O dilema financeiro dos jogos GAAS
Fontes internas sugerem que a proposta de assinatura surgiu após:
Queda de 45% nas vendas de Silver (moeda virtual) no último trimestre
Custos crescentes com servidores para a nova engine após a expansão Lightfall
Pressão da Sony por receita recorrente após a aquisição bilionária
Especialistas em monetização apontam que a Bungie está no grupo de estúdios que testam "limites aceitáveis" em:
Jogos free-to-play convertidos (como Overwatch 2)
Títulos com ciclo de vida prolongado (GTA Online completa 10 anos)
Franquias com base de fãs leais (Final Fantasy XIV)
O caso Destiny 2 é particularmente complexo porque já possui quatro camadas monetárias: expansões, passes sazonais, microtransações e agora a potencial assinatura. Um ex-desenvolvedor da Bungie, sob condição de anonimato, revelou que há debates acalorados sobre como sustentar o jogo por mais uma década sem repetir os erros de Star Wars Battlefront II (2017).
Reações da indústria e paralelos
Outros estúdios observam atentos o caso Bungie. A Digital Extremes (Warframe) recentemente:
Removeu packs caros após feedback negativo
Introduziu um sistema de assinatura opcional sem vantagens competitivas
Manteve a política de "tudo exceto cosméticos pode ser obtido via gameplay"
Já a Ubisoft enfrentou críticas em The Division 2 por seu passe anual, enquanto a EA encontrou resistência com o modelo EA Play Pro. Esses casos sugerem que a indústria ainda não encontrou um padrão ideal para monetização de jogos serviço.
O diretor criativo da Bungie, anteriormente envolvido no sucesso de Halo 3, teria argumentado em reuniões internas que "Destiny precisa inovar, não imitar". Seus comentários ecoam preocupações sobre:
Esgotamento de jogadores com múltiplas assinaturas (MMO + streaming + cloud gaming)
Risco de fragmentar a base de jogadores entre "haves" e "have-nots"
Impacto na narrativa compartilhada, pilar fundamental da franquia
Com informações do: Eurogamer.pt
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