Estúdio reconhece uso não autorizado de arte em jogo
A Bungie, conhecida por franquias como Destiny e Halo, está no centro de uma polêmica que abalou sua reputação. O estúdio admitiu publicamente ter utilizado trabalhos artísticos sem a devida autorização em seu aguardado jogo Marathon. A situação veio à tona quando a artista escocesa Fern Hook, que trabalha sob o pseudônimo Antireal, identificou elementos gráficos de sua autoria sendo usados no jogo.
O que torna o caso mais grave? Alguns dos trabalhos copiados datam de 2017, incluindo até mesmo o logotipo pessoal da artista. Hook compartilhou nas redes sociais comparações visuais que deixam pouca margem para dúvidas sobre a semelhança entre as obras.
Impacto na comunidade artística e de jogos
A revelação causou indignação tanto na comunidade de artistas independentes quanto entre fãs da Bungie. Muitos questionam como um estúdio desse porte poderia cometer um erro tão básico de direitos autorais. Alguns pontos importantes sobre o caso:
Os elementos plagiados foram identificados durante a fase alfa de testes do jogo
A artista afirma que nunca foi contatada para autorizar o uso de suas criações
Esta não é a primeira vez que a indústria de jogos enfrenta acusações de plágio artístico
Para entender melhor o contexto, vale lembrar que a Bungie passou por recentes demissões em massa e reestruturações internas. Será que pressões por produtividade podem ter contribuído para esse descuido?
Reação da Bungie e medidas tomadas
Diante das evidências apresentadas, a Bungie emitiu um comunicado oficial reconhecendo o uso não autorizado dos trabalhos de Fern Hook. O estúdio afirmou que está investigando como os materiais chegaram a ser incluídos no jogo e prometeu remover imediatamente todos os elementos em questão. No entanto, a explicação não satisfez completamente a comunidade:
A demora na resposta (3 dias após a denúncia inicial) foi criticada
Não houve menção a compensação financeira para a artista
O estúdio não detalhou processos internos para evitar repetição
Fontes internas relatam que a equipe de arte do Marathon está sob pressão para entregar conteúdo rapidamente, especialmente após os recentes cortes de pessoal que reduziram o time criativo em quase 30%.
Padrões da indústria em questão
O caso reacendeu um debate mais amplo sobre práticas comuns na indústria de jogos. Especialistas apontam que:
Muitos estúdios mantêm bancos de referência internos com arte coletada aleatoriamente
O limite entre inspiração e plágio muitas vezes é ignorado em prazos apertados
Artistas freelancers e independentes são os mais vulneráveis a esse tipo de situação
Um relatório de 2023 da Game Developers Association revelou que 42% dos profissionais de arte em jogos já testemunharam ou vivenciaram casos de uso não autorizado de trabalhos criativos.
Repercussão no desenvolvimento do Marathon
O escândalo ocorre em um momento crítico para o Marathon, que pretende ser o carro-chefe da Bungie na onda de jogos extraction shooter. Algumas consequências já são visíveis:
Adiamento não oficial da fase beta, originalmente prevista para este trimestre
Aumento de críticas negativas nas redes sociais antes mesmo do lançamento
Preocupação entre investidores sobre possíveis ações judiciais
Analistas sugerem que o estúdio pode precisar revisar completamente parte dos assets visuais do jogo, o que poderia impactar tanto o cronograma quanto o orçamento do projeto. O caso também levanta questões sobre como a Sony, atual proprietária da Bungie, irá responder à crise de imagem.
Com informações do: Eurogamer.pt
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