Diretor de cinema alcança patamar raro em Elden Ring

Alex Garland, o visionário por trás de filmes como Ex Machina e Annihilation, provou ser mais do que um simples fã casual de Elden Ring. O diretor, que está trabalhando na adaptação cinematográfica do jogo, alcançou o impressionante New Game+6 (NG+6) - um feito que coloca ele entre os 5% dos jogadores mais dedicados.

O que significa chegar ao NG+6?

Para quem não está familiarizado com os jogos da FromSoftware, o New Game+ é um modo onde você recomeça a aventura mantendo seus equipamentos e nível, mas enfrentando inimigos significativamente mais difíceis. O NG+6 representa a sétima jornada pelo mundo de Elden Ring, onde:

  • Inimigos atingem seu pico máximo de dificuldade

  • Padrões de ataque de chefes ganham variações inéditas

  • O dano recebido é cerca de 3.5 vezes maior que no jogo base

Essa conquista não é apenas sobre habilidade - é sobre persistência e compreensão profunda dos sistemas do jogo. E isso nos leva a uma questão interessante: como essa experiência íntima com o jogo pode influenciar a adaptação para o cinema?

Da tela para o jogo e vice-versa

Garland já mencionou em entrevistas que a estrutura não-linear e a mitologia complexa de Elden Ring são elementos que ele pretende traduzir para o filme. Sua jornada até o NG+6 sugere que ele não está apenas adaptando uma história, mas sim uma experiência.

Afinal, quem já enfrentou Malenia na sétima rodada sabe que Elden Ring não é apenas sobre a narrativa explícita, mas sobre aquela sensação de superação pessoal quando você finalmente vence aquele chefe que te derrotou 20 vezes. Será que Garland conseguirá capturar essa essência?

Vale lembrar que a FromSoftware é conhecida por sua abordagem "mostre, não conte" - filosofia que se alinha perfeitamente com o estilo visual característico de Garland. Talvez essa combinação seja exatamente o que a adaptação precisa para evitar as armadilhas que acometem tantas traduções de jogos para o cinema.

Enquanto aguardamos mais notícias sobre o filme, uma coisa é certa: estamos diante de um diretor que não apenas entende Elden Ring intelectualmente, mas que viveu suas mecânicas e desafios na pele. E isso, no mínimo, é promissor.

Desafios na adaptação de um jogo tão complexo

Ao traduzir Elden Ring para o cinema, Garland enfrentará obstáculos únicos. O jogo é celebrado por sua narrativa ambiental - histórias contadas através de descrições de itens, diálogos crípticos e paisagens arruinadas. Como capturar essa essência em um formato linear?

  • A ausência de um protagonista definido: o Tarnished é uma tela em branco para a projeção do jogador

  • A não-linearidade radical: a ordem de exploração varia enormemente entre os jogadores

  • A importância das builds: como representar visualmente a diversidade de estilos de combate?

Curiosamente, a experiência de Garland com múltiplas jornadas (NG+6) pode ser a chave. Ele vivenciou o jogo através de diferentes perspectivas - talvez optando por uma abordagem mais experimental, mostrando variações da mesma história conforme as escolhas do "protagonista".

Lições de adaptações anteriores

O histórico de adaptações de jogos é repleto de armadilhas que Garland certamente quer evitar. The Witcher mostrou como expandir lore complexa pode funcionar, enquanto Assassin's Creed demonstrou os riscos de simplificar demais a mitologia.

Elden Ring apresenta um desafio adicional: sua história é intencionalmente obscura. Enquanto a maioria das adaptações tenta "explicar" o universo, Garland pode seguir o caminho oposto - mantendo o mistério como elemento central, assim como fez em Annihilation.

Uma possibilidade intrigante seria estruturar o filme como uma jornada cíclica, ecoando a mecânica de New Game+. Cenas repetidas com variações sutis poderiam transmitir a sensação de um mundo que se transforma a cada passagem, assim como os inimigos evoluem entre as rodadas no jogo.

A influência da jogabilidade na narrativa

Ao alcançar NG+6, Garland experimentou em primeira mão como a dificuldade extrema altera a percepção da história. Chefes que antes eram obstáculos tornam-se personagens com os quais você desenvolve uma relação quase íntima após incontáveis tentativas.

  • A transformação de Radagon de chefe desafiador para "velho conhecido"

  • A maneira como a música tema de Malenia ganha novos significados após repetidas derrotas

  • O sentimento de nostalgia ao revisitar áreas iniciais com personagens superpoderosos

Essa perspectiva única pode levar a uma abordagem onde a repetição e a evolução são temas centrais, não apenas elementos de gameplay. Afinal, o ciclo de renascimento e a busca incessante pelo Elden Ring já são conceitos narrativos fundamentais no jogo original.

Resta saber se Garland conseguirá equilibrar a complexidade mitológica com a acessibilidade necessária para o cinema. Sua experiência como jogador hardcore sugere que ele respeitará a essência do material original, mas adaptações exigem concessões criativas. A grande questão é: quais elementos ele considerará sagrados e quais estarão abertos a reinterpretação?

Com informações do: Eurogamer.pt




Resumo: Elden Ring é um RPG de ação em mundo aberto desenvolvido pela FromSoftware, ambientado nas Terras Intermédias, um reino devastado após a destruição do Elden Ring. O jogador assume o papel de um Maculado, explorando vastas paisagens, enfrentando chefes desafiadores e buscando restaurar o Elden Ring para se tornar o novo Lorde Prístino. O jogo é conhecido por sua jogabilidade desafiadora, narrativa profunda e liberdade de exploração.

Onde jogar: PC, Console
Consoles: PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X/S, Nintendo Switch 2 (versão Tarnished Edition prevista para 2025)
Plataforma (PC): Steam, Epic Games Store, Xbox App, Launcher oficial da Bandai Namco
Sistema (celular): Não disponível
Gêneros: RPG de ação, mundo aberto, fantasia sombria