Uma Nova Era para a Exploração em Borderlands

Plataformas: PlayStation 5, Xbox Series X/S, PC
Editora: 2K Games
Desenvolvedora: Gearbox Software
Lançamento: 12 de setembro de 2025 (PlayStation 5, Xbox Series X/S, PC), 2025 (Switch 2)

A franquia Borderlands sempre foi sinônimo de vastos territórios para explorar, mas com Borderlands 4, a Gearbox Software eleva essa experiência a um novo patamar. O mais recente título dos pioneiros do gênero looter-shooter apresenta um mundo aberto e contínuo, repleto de missões, NPCs, encontros e atividades paralelas que se entrelaçam sem interrupções. Embora a equipe tenha explicado as diferenças entre as abordagens anteriores e o que foi alcançado neste novo capítulo, só compreendi a verdadeira dimensão dessa mudança após horas explorando o planeta Kairos, o cenário principal do jogo.

 Borderlands 4

Kairos: Um Mundo Sem Carregamentos e Cheio de Vida

O planeta Kairos, que estreia em Borderlands 4, é muito mais aberto e explorável do que Pandora, cenário dos jogos anteriores. Minha jornada começou nas Fadefields, uma região vibrante e cheia de atividades secundárias e missões principais espalhadas por toda parte. O que mais me impressionou foi a transição para a próxima zona, Carcadia Burn, que aconteceu sem nenhuma tela de carregamento. A mudança do verde exuberante das Fadefields para o deserto castigado de Carcadia Burn foi tão natural que parecia parte do próprio mundo. Essa região sofreu os impactos do evento em Borderlands 3, quando Lilith teletransportou a lua de Pandora, Elpis, para Kairos.

Essa fluidez na exploração é um marco para a série, que tradicionalmente apresentava áreas segmentadas por carregamentos. A ausência dessas interrupções reforça a imersão e mantém o jogador conectado à narrativa e à ação, algo que o produtor sênior Anthony Nicholson destaca como o cerne da filosofia do "Mundo Sem Costura" adotado pela equipe.

Tecnologia e Design para um Mundo Vivo e Dinâmico

Borderlands 4 não nasceu com a intenção de ser um jogo de mundo aberto tradicional, mas a partir da ideia de criar um ambiente contínuo e recheado de atividades, o conceito evoluiu para o que a Gearbox chama de "Mundo Sem Costura". A mudança foi possível graças ao uso do Unreal Engine 5, que trouxe vantagens técnicas para construir esse universo expansivo e detalhado.

Jason Reiss, diretor de construção de mundo, comenta que a equipe inverteu a fórmula tradicional de níveis grandes conectados a fases lineares. Agora, os jogadores encontram áreas amplas com combate em 360 graus, onde é possível entrar de qualquer direção, inclusive pelo ar, graças às novas habilidades de movimentação como o gancho e o planador. O objetivo é criar um espaço dinâmico onde o jogador se sinta realmente poderoso e livre para explorar.

Porém, essa abertura trouxe desafios para a equipe de design de inimigos. Com um campo de visão muito maior, os inimigos precisam parecer parte natural do ambiente mesmo quando vistos de longe, mantendo a imersão e a tensão do combate. Josh Jeffcoat, designer principal, explica que isso exigiu repensar a forma como os inimigos são posicionados e agem no mundo.

Ambientes Diversos e Atividades que Envolvem o Jogador

O ponto de partida nas Fadefields é um contraste marcante com as áreas iniciais dos jogos anteriores. O diretor de arte Adam May destaca o cuidado em criar ambientes variados, começando por uma região vibrante e saturada para depois mergulhar em atmosferas mais sombrias e pós-apocalípticas, típicas do universo Borderlands.

Além das missões principais, as atividades paralelas são um convite constante para explorar cada canto de Kairos. Seja nas Fadefields, em Carcadia Burn ou na cidade-fortaleza Dominion, o jogador encontra uma variedade enorme de tarefas que vão desde missões narrativas até desafios recorrentes no mundo.

Anthony Nicholson ressalta que a imersão é fundamental, e as missões secundárias aparecem de forma orgânica, sem a necessidade de acessar menus ou procurar NPCs específicos. Isso mantém o ritmo do jogo fluido e incentiva o jogador a se envolver com o mundo de forma natural.

David Ruiz, designer principal de níveis, comenta que a variedade das atividades paralelas é o que mais o atrai. Elas oferecem momentos de diversão, emoção e até reviravoltas emocionais, criando uma experiência rica e diversificada que complementa a narrativa principal.

 Borderlands 4

Recompensas e Desafios que Mantêm o Interesse Vivo

Como não poderia deixar de ser em Borderlands, as atividades paralelas quase sempre oferecem recompensas valiosas. Entre elas, temos:

  • Crawlers: pseudo-puzzles que envolvem transportar baterias para desbloquear prêmios, como skins cosméticos para veículos;

  • Silos: desafios que liberam balões para planar longas distâncias e encontrar Vaults;

  • Safehouses: locais para desbloquear viagens rápidas e quadros de recompensas;

  • Rift Champions: variantes inimigas difíceis que surgem em esferas de quarentena e largam grandes quantidades de loot;

  • Além de Drill Sites, Auger Mines, Survivalist Caches, Propaganda Towers e diversos colecionáveis espalhados por Kairos.

Embora seja necessário mais tempo para avaliar completamente a qualidade e profundidade desse mundo, a sensação é de que Borderlands 4 está preparado para prender o jogador por longas horas, com menos interrupções e uma experiência mais fluida do que nunca. Após minha visita ao estúdio da Gearbox, já estou reservando tempo extra para explorar tudo o que Kairos tem a oferecer quando o jogo for lançado em setembro.

Multijogador e Interações Sociais no Mundo Aberto

Uma das grandes apostas de Borderlands 4 é a integração aprimorada do modo multijogador dentro desse mundo aberto. Diferente dos títulos anteriores, onde as sessões cooperativas eram mais segmentadas, aqui a Gearbox aposta em uma experiência mais fluida e espontânea. Jogadores podem se encontrar, formar grupos e até competir em eventos dinâmicos que surgem aleatoriamente pelo mapa, sem a necessidade de menus ou telas de carregamento.

Essa abordagem cria uma sensação de comunidade viva, onde as ações de um jogador podem impactar o ambiente e até mesmo as missões de outros. Por exemplo, durante uma incursão em Carcadia Burn, presenciei um grupo enfrentando um chefe de mundo que apareceu inesperadamente, e a ajuda de outros jogadores que passavam pela região foi essencial para derrotá-lo. Essa imprevisibilidade adiciona uma camada extra de emoção e colaboração.

Além disso, o sistema de comunicação foi repensado para facilitar a interação, com comandos rápidos e opções de ping que ajudam a coordenar estratégias sem a necessidade de chat de voz constante. Isso é especialmente útil para jogadores que preferem uma experiência mais casual ou que jogam com desconhecidos.

Personalização e Progressão: Mais Liberdade para o Jogador

Borderlands sempre foi conhecido pela variedade absurda de armas e equipamentos, e Borderlands 4 não decepciona nesse aspecto. O sistema de loot foi expandido para incluir não apenas armas, mas também veículos, habilidades e até modificações estéticas que influenciam o gameplay. A personalização vai além do visual, permitindo que cada jogador adapte seu personagem para diferentes estilos de jogo.

O novo sistema de progressão é menos linear e mais focado em escolhas. Em vez de simplesmente subir de nível e desbloquear habilidades em uma árvore fixa, os jogadores podem investir pontos em diferentes ramos que se adaptam ao seu modo de jogar. Quer focar em furtividade, combate corpo a corpo ou ataques à distância? As opções são amplas e incentivam a experimentação.

Um detalhe interessante é a introdução de "Mods de Mundo", que são itens que alteram características ambientais ou inimigas em determinadas áreas, criando desafios únicos e recompensas exclusivas. Isso mantém o jogo fresco e imprevisível, mesmo para quem já conhece bem o universo Borderlands.

História e Narrativa Integradas ao Mundo Aberto

Embora Borderlands seja famoso pelo humor irreverente e pela ação desenfreada, Borderlands 4 traz uma narrativa mais integrada ao mundo aberto, onde as histórias dos personagens e eventos se desenrolam de forma orgânica conforme o jogador explora Kairos. Missões principais e secundárias se entrelaçam com o ambiente, e diálogos dinâmicos acontecem em tempo real, sem pausas para cutscenes tradicionais.

Isso cria uma sensação de que o mundo está realmente vivo, com personagens que reagem às ações do jogador e eventos que evoluem independentemente da sua presença. Por exemplo, em uma missão que acompanhei, um NPC reagiu de forma diferente ao jogador dependendo das escolhas feitas em missões anteriores, alterando o rumo da história local.

Além disso, a Gearbox investiu em dublagem e trilha sonora para reforçar a imersão, com temas que mudam conforme a região e o clima, e vozes que transmitem personalidade e emoção, algo que eu particularmente achei um avanço significativo para a série.

 Borderlands 4

Desafios Técnicos e Otimizações para Consoles e PC

Construir um mundo tão vasto e detalhado sem telas de carregamento não foi tarefa fácil. A equipe técnica da Gearbox enfrentou diversos desafios para garantir que o jogo rodasse de forma estável em todas as plataformas, especialmente nos consoles da geração atual. O uso do Unreal Engine 5 foi fundamental, mas exigiu otimizações específicas para manter a fluidez e a qualidade gráfica.

Entre as soluções adotadas, destacam-se o streaming inteligente de texturas e objetos, que carrega apenas o que está próximo do jogador, e a priorização de recursos para manter a taxa de quadros estável durante combates intensos. Em minha experiência jogando no PC, notei que o jogo se adapta bem a diferentes configurações, oferecendo opções para equilibrar desempenho e qualidade visual.

Nos consoles, a Gearbox promete que o jogo aproveitará ao máximo o hardware, com tempos de carregamento praticamente inexistentes e suporte a recursos como ray tracing e áudio 3D, que elevam a imersão a outro nível. Ainda assim, a equipe reconhece que o mundo aberto traz desafios contínuos, e atualizações pós-lançamento serão essenciais para ajustar e melhorar a experiência.

Exploração e Descobertas: O Que Esperar de Kairos

Explorar Kairos é uma aventura constante, e a Gearbox preparou surpresas para os jogadores mais curiosos. Além das missões e atividades já mencionadas, o planeta esconde segredos, easter eggs e locais misteriosos que incentivam a exploração detalhada. Em uma das áreas que visitei, encontrei ruínas antigas que sugerem uma história mais profunda do planeta, com pistas que podem levar a recompensas raras.

Outro aspecto interessante é a diversidade de biomas, que vão desde florestas densas até regiões congeladas e cavernas subterrâneas. Cada ambiente traz inimigos únicos, desafios ambientais e mecânicas específicas, o que evita a sensação de repetição e mantém o interesse do jogador.

Para os fãs de veículos, Kairos oferece uma variedade de opções para se locomover, desde motos rápidas até veículos pesados e armados, cada um com suas características e possibilidades de customização. A sensação de velocidade e liberdade ao pilotar por essas paisagens é um dos pontos altos da exploração.